Saturday, July 12, 2008

It's Erasmus

Este é o primeiro, e unico post que vou escrever já estando fora do meu erasmus e em lisboa. Escrevi alguns posts com grandes frases e a ajudar o pessoal que vai para o ano.. mas nunca consegui postar. Não consigo acabar o meu erasmus, não consigo acabar este blog, não consigo deixar florença. Por isso escolhi não deixar. Escolhi não acabar o meu blog com um post definitivo, não chorar marés de lágrimas. Chorei o que tinha a chorar e sofri o que tinha a sofrer, mas o meu erasmus continua. Continua em mim.

As grandes ajudas que eu vos possa dar, e tudo aquilo que possa dizer antes de vocês irem, são apenas disparates. Os erros e os filmes são para serem vividos, não para ser evitados. É isso que dá tanta piada ao erasmus. Por isso eu digo, façam tudo sem ouvir ninguém, não vos servirá de nada. Descubram por vocês próprios tudo o que está mesmo à vossa frente. O quanto mais preparados se julgarem estar, menos preparados estarão na verdade. Vivam ao máximo esta experiência, descubram-se a vocês próprios e a uma cidade que está, de todas as formas e sentidos, à vossa espera.

Eu estou feliz. Pensei que ia entrar numa grande depressão mas não entrei. Surpreendi-me mais uma vez. Tenho saudades, como é normal. Nas eu sei que era hora de voltar. Lisboa está muito bonita e, com muita certeza, florença continuará mágica como sempre. Eu estou feliz, o blog não acaba para mim. Daquia uns tempos venho para cá ler os disparates e rir-me cheio de saudades de tudo e de todos. Sempre com uma alegria imensa dentro de mim. Estou feliz e completo. Vivi tudo o que podia viver e vou utilizar tudo o que aquelas pessoas e aqueles sítios me deram para continuar a minha vida, que é aqui. Adoro lisboa, adoro florença, adoro os meus amigos (de lisboa, de florença, não há distinção).

Agradeço mais que tudo aos meus pais, pelo esforço imenso que fizeram para me deixar estar um ano a viver numa cidade tão cara como florença. Espero mostrar-lhes que este investimento valeu a pena. Estou muito, muito feliz.

Desejo a melhor das sortes para todos, e deixo um MUITO obrigado para quem teve paciência para ler este blog, demasiadas vezes construído de forma egocêntrica. Peço desculpa, mas mais do que tudo, este blog era para mim, e assim continuará sempre.

A única coisa que me faz sentido dizer é:

Façam erasmus, vai mudar a vossa vida.

Friday, June 20, 2008

inicio do fim

Vou, como faz sentido, acabar com o blog. Ando em fase de exames e não tenho quase tempo para nada. Vou a londres no inicio de julho e depois volto para firenze para finalmente regressar a portugal. Vai-me custar imenso (já está a custar). Nem vos sei explicar o que sinto... enfim. Vou fazer mais uns posts, uns para ajudar quem for para erasmus para o ano.. especialmente com os concelhos que gostava que me tivessem dado a mim (MAS NAO DERAM E EU FODI-ME, lol kidding) Entao é isso.. brevemento faço mais um ou outro post e depois, finnito. ci vediamo.. adesso.. studiaaaaaaaaaaaaaare

Friday, June 13, 2008

FREE TIBET

Beirut - Postcards From Italy

DASDLAJSDKA

Olá meus amigos! Tenho andado mesmo bem disposto. Fiz ante-ontem o meu primeiro exame e não podia ter corrido melhor. As conversas por aqui já sao do género: xiiiii lembras-te quando nos conhecemos? XIII E NAQUELA NOITE EM QUE ELE CAIU.. e NAQUELA NOITE EM QUE ELE VOMITOU O PREDIO TODOOOOO.. lembro-me da primeira vez que vi o tipo X.. E LEMBRAS-TE DISTO? XII INCRIVEL" Já estamos neste ponto. Eu tento falar com todas as pessoas que já fizeram erasmus para preparar minimamente a minha depressão pós-erasmus. Já sei que os primeiros três dias são os mais softs, depois é que custa. Não imagino acordar em casa e não ter os meus italianos a cozinhar e a queixarem-se "ma daiiiiiiiii.. che palleeeeee devo studiareeeeee.."

O mau tempo continua, mas isso ajuda a estudar. Acho que nunca teve um mês de tão mau tempo como este. É interessante ver como o segundo semestre é tão diferente do primeiro. Isso fica para outro post. Vou-me remeter ao estudo agora. Vou tentar deixar aí um video musical para boces, saudades!

Wednesday, June 11, 2008

stdy

Aceito criticas, mas só de quem dá a cara. Cobardes naaaaao! hoje primeiro exame do segundo semestre.. teorie e tecniche dei nuovi media.. bamos lá a ber como é que isto corre.. tenho passado os dias a estudar, este ultimo mês não vai ser dos mais animados.. isto dos stats é mesmo fixe.. por exemplo

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vieste ao site certo meu amigo!!!

Saturday, June 7, 2008

Friday, June 6, 2008

incomplete



Tirei esta foto quando fui a paris da ultima vez com a minha mãe. São poucas as fotos que tiro e que me dizem realmente qualquer coisa, esta foi uma das raras excepções.

Thursday, June 5, 2008

Sou um tipo

Agora sou um tipo entusiasmado. Acho que as coisas no estudo tão bem encaminhadas e que vou conseguir fazer aquilo que quero.

Sou (também) um tipo feliz. E a razão para isto é simples. Sou um tipo feliz porque sou um tipo com sorte. Agora quando ouço dizer que a sorte só favorece os audazes, faço aquele sorriso maroto. Adorava acreditar nisto porque acho que me sentiria um tipo bem mais à maneira. Um tipo audaz e tal. A verdade é que não acredito. E duvido que aquele vagabundo que ganhou o euro milhões (e que o estoirou e dois dias) acredite. Se eu ganhasse o euromilhões acho que não me ia considerar um tipo com sorte. Considerar-me-ia, e isso sem duvida alguma, um tipo cheio de papel. No fundo, o que um gajo é, varia muito. Mas a verdade é esta: - Se eventualmente eu ganhasse o euromilhões, pensar no tipo de tipo que eu era, não iria certamente ocupar muitos dias da minha agenda.

Wednesday, June 4, 2008

Pixies - Gigantic



Kim Deal, a mais sexy das baixistas. Quando o cabrão do black ainda tinha menos de 300 kg e alguma modéstia na cabeça. Quando nunca ninguém tinha ouvido um som assim, a bateria que rasga, o baixo que se destaca, as letras ácidas, febris e caóticas. Quando os pixies mudaram a musica. Gigantic live para vocês.

Tuesday, June 3, 2008

post 3


There was nothing much going on upstairs until the age of nineteen.

My mother refused to give me coloring books as a child. She probably saved me, Because when you think about it, what a coloring book does is completely kill creativity.

To give a sense of place, to me, is a thrilling thing. And a sense of place is made up of details. And so the details are incredibly important. If they're wrong, then it throws you out of the mood. And so the sound and music and color and shape and texture, if all those things are correct and a woman looks a certain way with a certain kind of light and says the right word, you're gone, you're in heaven. But it's all the little details.

3 posts hoje mas teve mesmo que ser, esta não dava para deixar escapar.

post 2



This is one good damn cup of coffe!
This must be where pies go when they die!

Isto agora é assim, dois posts no mesmo dia para compensar a ausência. Tenho andado um louco pelo lynch.. o ultimo foi o inland empire, sessão até às seis da manhã. Agora ando coladíssimo em twin peaks. Um sentido de humor genial, como eu nunca vi. Morro literalmente a rir. De resto está tudo bem por florença. Cada vez me dou melhor em casa, por mais inacreditável que pareça. Vai-me custar tanto tanto despedir-me da minha "família" italiana (e francesa).. nem quero pensar nisso! Também estou a reler o Crime e Castigo, coisa pesada!

La dolce internet

Somos mesmo engraçados. Penso que existe uma característica que, acima de todas as outras, nos permite continuar a existir. A capacidade de continuamente nos enganarmos a nós próprios. Podem-me chamar agora um pequeno pequenito Rosseau, mas vou explicar. Temos sempre e a ideia (quase inconsciente) de que estamos sempre evoluir, o maravilhoso caminho do progresso. Mas será que é mesmo assim? Ou o progresso só tem um único vértice? Vejamos bem esta última década:

- A explosão da era digital, o boom tecnológico com um crescimento exponencial em praticamente todos os países desenvolvidos que trouxe inúmeras vantagens inegáveis (a generalização do acesso à informação, a facilidade e baixo custo de acesso e transmissão da informação, etc.).

No entanto, as consequências são sempre mais vastas. Temos, on the other hand, uma geração de miúdos que passa a vida em casa e a jogar computador (da qual eu fiz e faço parte). Na Internet somos o que queremos ser, quando queremos ser e por quanto tempo o quisermos ser. As relações tornam-se virtuais, são facilitadas. É este o encanto inicial. Existe, de facto, um gap abismal entre as crianças que nós fomos e que os nossos filhos vão ser, e as que os nossos pais e avós foram. A nossa geração marcou pela primeira vez esta diferença. Com a Internet, como disse atrás, a tendência é para facilitar. Falamos com os amigos no MSN, jogamos com eles pela Internet, vemos filmes no computador, fazemos as compras pela Internet, aprendemos e estudamos na Internet, vamos ao banco na Internet e, no final, acabamos por dar a um mundo que objectivamente não existe, uma conotação real. A tendência final e que parece utópica (mas é já quase realizável), será poder fazer tudo a partir de casa até que, não precisemos mais de sair.

Mas nós não somos feitos para viver em casa, desligados do mundo e ligados a um server, despegados das relações que verdadeiramente importam. Perdemos literalmente horas e horas por dia, em que realmente não fazemos nada em frente ao computador. Sendo assim, o computador perde a sua função útil e de facto, muito valiosa; para passar a ser um instrumento que apenas consome tempo e nos isola da nossa vida real.

A parte mais triste disto, é que nós sabemos disto. Mas como sempre, enganamos-nos a nós próprios. Pensamos, mas hoje em dia é assim; toda a gente é assim, logo não tem mal. Esta sempre foi a nossa justificação universal para aceitar algo que está errado; se todos fazem, é porque está correcto. Mas não. Não está correcto. Eu tive que viver um ano sem Internet para chegar à conclusão que ela não faz absolutamente falta nenhuma na minha vida. Em vez de acordar de casa e ir ver o email, eu acordo de casa e leio um pouco ou vou dar um passeio. Sendo objectivo, em quinze minutos por dia faço tudo o que tenho a fazer na Internet. Mas, quando cá venho, não passo apenas quinze minutos. Passo ao invés horas, a ver o que já vi, a procurar vídeos no youtube que não me servem de nada, a manter a minha mente distraída e desocupada, vazia. E a verdade, é que quando estou em casa não consigo não ir à Internet.

Isto é assustador, e ainda mais assustador, é (desta vez) não vermos isto. Não conseguirmos ver que a nossa vida não precisa disto, e que poderia ser muito melhor se balançarmos as coisas de outra maneira. Mas parece que já agora não conseguimos. Agora, tudo isto ainda é tolerável e aceitável porque possuímos ainda o contraste de duas gerações que se equilibram neste aspecto, e porque tudo isto é novo e parece ainda inofensivo. Hoje, os jogos online ainda são associados aos miúdos, no futuro, tenho a certeza que isto vai ser diferente. O problema vai estar em destaque, quando chegar a altura e formos nós os avozinhos, mas, em vez de estarmos a jogar dominó e a fazer batota no parque, vamos estar a teclar no MSN e a jogar Counter-Strike Deluxe edition 2060.

Monday, May 26, 2008

Bauhaus - All We Ever Wanted Was Everything



obrigado madalena, por me dares a conhecer sempre o melhor, e nós temos é que aprender com quem sabe:)

entre dias

é andar de bigode, doces de merda, batidos, novos cozinhados, guitarradas em santa croce, eraserhead em grupo(de 6 só resistiu 1), jantares e almoços em casa e em família, gamar bicicletas (sexta foi uma de montanha deliciosa), rockar no quarto com o grande timo, diabolo, bebedeira e conversas de meia noite, pensar, alternar e variar, saudades, e agora vou estudar, boring!


La volontà (o necessità) di far parlare tra loro i computer ha creato l’esigenza di sistemi di comunicazione che trasferissero informazioni digitali.
E’ stato il primo passo.
Sono così nate le reti tra computer scientifici e le reti tra i computer dei sistemi militari, poi sono arrivate le reti tra computer dedicati a funzioni commerciali.
Per esempio: le reti tra compagnie aeree e agenzie di viaggio.
La trasmissione digitale si interessa del contenuto del segnale. Un segnale digitale può essere trasmesso solo su una distanza limitata prima che il fenomeno dell’attenuazione danneggi l’integrità del dato. Per raggiungere distanze più grandi vengono utilizzati i “repeaters” o ripetitori che rinforzano il segnale.
Il sistema telefonico, progettato per la trasmissione analogica della voce, per più di un secolo ha rappresentato l'infrastruttura primaria per la comunicazione internazionale.
Le tecniche di trasmissione dati si sono sviluppate per consentire il trasferimento di informazioni, sotto forma codificata, tra computers posti anche a notevole distanza tra loro. Per raggiungere tale scopo la tendenza in tutto il mondo è stata inizialmente quella di utilizzare quale supporto per la trasmissione dei dati la rete telefonica. La rete telefonica è infatti in grado di assicurare il collegamento tra utenti ovunque dislocati, in quanto è la rete di telecomunicazione più capillarmente distribuita ed è dotata di una standardizzazione tale da consentire facilmente l'interconnessione tra reti telefoniche di paesi diversi.

Wednesday, May 21, 2008

Time, is never time at all.
You can never ever leave without leaving a piece of you

Tem chovido como nunca choveu. Tenho andado pensativo, isto está a acabar. Os meses passam como dias e isto faz-me confusão. Restam-me dois meses aqui, talvez até um pouco menos. Vão ser na sua maioria dedicados ao estudo.

This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I’ll never look into your eyes
Again

A maior parte das pessoas que conheci aqui, nunca mais vou ver outra vez. É estranho, como pessoas que fazem tão parte de mim agora, vão simplesmente desvanecer. E vamos voltar à nossa vida como se nada se tivesse passado, fecha-se este mundo paralelo.

And we would go on as though nothing was wrong.
And hide from these days we remained all alone.
Staying in the same place, just staying out the time.
Touching from a distance,
Further all the time.

Sinto-me apesar de distante, cada vez mais próximo dos meus amigos e da minha família. Valorizo-os como nunca e sinto que quando voltar, vamos-nos dar ainda melhor. Acho que estou mais crescido.

Early early in the morning it pulls all on down my sore feet
I wanna go back to sleep.
In the motions and the things that you say.
It all will fall, fall right into place

Vivi coisas aqui que nunca mais vou viver de novo, estou tão feliz com as pessoas que conheci e mais que tudo, estou muito feliz por ter equilibrado os meus dois mundos. Estão em perfeita harmonia agora, é a ordem natural das coisas i guess.

Speak to me in a language I can hear
Humour me before I have to go
Deep in thought I forgive everyone
As the cluttered streets greet me once again

Compreendemos que a língua acaba por não ser a maior barreira. Compreendemos.

You can make it last forever
And for a moment I lose myself
Wrapped up in the pleasures of the world
I've journeyed here and there and back again
But in the same old haunts I still find my friends

É basicamente isto.

Tuesday, May 20, 2008

Tempo de chuva

E de preocupação.

Thursday, May 15, 2008

Tempo de análise - Part II

Cada vez fico mais fascinado com as coisas que descubro sobre Itália e sobre o povo italiano. Isto acontece devido à minha ignorância, descubro assim que a maior parte das coisas que pensava estavam, de facto, erradas. Para entender seja o que for, é necessário começar em primeiro lugar pela abismal diferença geográfica que existe.


Falo da divergência entre o norte e o sul de Itália. Houve um recente estudo que procurava analisar o capital social (conjunto de “características de cidadania” presentes na população, como por ex: se votavam, se davam sangue, se faziam desporto, etc). Este estudo foi feito duas vezes num intervalo de cerca de 15 anos. Os resultados, do primeiro estudo ao recente, foram iguais. Uma discrepância enorme entre o norte (com resultados elevados) e o sul (com resultados muito baixos). Isto verifica-se em tudo, na riqueza, trabalho, comércio, industria e, inclusive, na própria personalidade dos italianos. Cidades do norte (Milão, Veneza) ou centro, centro-norte (Firenze, Roma) revelam um desenvolvimento muito superior às do sul (Puglia, Calabria, Nápoles).


Itália parece realmente um país de duas faces, distintas entre si. Os jovens que moram no sul, quando ingressam na universidade, vêm na sua grande maioria, para as cidades do norte estudar (como acontece com as minhas companheiras de casa). Como no sul não existe emprego, a população é, por força, mais envelhecida, menos instruída e muito tradicional. Existe ainda outra coisa que eu não sabia, e que reforça toda esta diferença entre as cidades italianas. Em Itália existe: -A língua italiana, os sotaques (accento) e os dialectos. Os dialectos são realmente outra língua, mesmo entre cidades relativamente vizinhas, é praticamente impossível a compreensão dos diferentes dialectos. A sonoridade é incrível e existem algumas que parecem mesmo vindas de uma refundida cidade do leste. Conheci uma Itália fragmentada e com poucas semelhanças entre as diversas cidades. São notórias, finalmente, as grandes dificuldades económicas, com uma subida de preços altíssima nos últimos anos, e um sistema politico débil, monopolizado e com muita corrupção.


É engraçado como tomamos como garantido até aquilo que não conhecemos. No meu caso, não acreditava que muitos mais países europeus desenvolvidos sofressem dos mesmos problemas retrógrados que nós, mas afinal..

Friday, May 9, 2008

SP - Cherub Rock



Pequena Pérola Para Pocês

Thursday, May 8, 2008

Eraserhead



1977, david lynch. Nunca vi nada assim. Venham-me com oldschool gore movies, tarantino, dario argento, eva axen, ficam todos num canto a chorar. Nada se compara a este filme. É impossível e certamente insensato procurar discernir uma qualquer narrativa. Os que o fazem, recomendam que o filme seja revisto pelo menos seis vezes. Confuso, obscuro, perturbador. Não encontro palavras para descrever o mal estar que senti ao ver este filme. O talento, no entanto, sobressai. Encontramos um imaculado lynch, 100% espiritual e atrevido que se revela através da luz, sempre artificial, e do som, elemento este que o torna a meu ver, pioneiro no cinema.

Não posso dizer que aconselho este filme. É preciso estômago e, de preferência, um com pouca comida. Se eu já tinha ficado espantado com o Blue Velvet e com o Lost Highway, Eraserhead ultrapassa todos os limites. Lynch em estado bruto.

Tuesday, May 6, 2008

Pop Art




I don't have big anxieties. I wish I did. I'd be much more interesting.

Roy Lichtenstein

Monday, May 5, 2008

Frulatto

Os batidos são o supra sumo das bebidas. Não existe outra bebida que saiba tão bem e faça, ao mesmo tempo, tão bem. Tenho pensado e não encontro nada melhor que o batido. É como se comêssemos três cheesecakes de seguida e isto fosse do mais saudável. Deve ter sido uma falha quando deus criou o universo. Ele não deve ter considerado na hipótese fruta + leite. Então eu e o francês exploramos esta divina falha do senhor. Fazemos cerca de três batidos ao dia. Os meus são geralmente de banana ou morango. Ele é mais experimentalista. Junta por exemplo pêra, banana e maça, ou outras combinações engraçadas. Sugamos praticamente dois pacotes de leite ao dia.

Ontem, ele fez crepes para acompanhar com o batido. Quando ia a juntar o açúcar em pó ao crepe, enganou-se e meteu a farinha que se encontrava ainda em cima da mesa. Foi ao ver a expressão de nojo dele, após a segunda dentada de confirmação, que fiquei a rir durante dez minutos. "Che schifo!"

Sunday, May 4, 2008

George Baker Selection

little green bag, directamente dos 70 pra vocês!

Friday, May 2, 2008

20 e 1

21 anos. Antes de mais, 21 é um numero fixe. Cool sounding number como eles dizem nas américas. Obrigado a todos. Sinto em cada um dos meus amigos uma amizade diferente e especial. São a minha maior motivação e o meu maior orgulho.

Eu não ligo nada aos anos. Especialmente aos meus. Este ano foi como um dia normal, foi óptimo ter cá a minha mãe e o meu primo, mas foi o primeiro ano que passei longe de casa. Por isso para mim, foi como se tivesse sido apenas mais um dia. Mas a verdade é que não foi. Agora, quando me perguntam a idade já devo responder: 21. Ora 21, sejamos sinceros, ainda é idade de chavalo, de bambino. No entanto, a meu ver, é a idade perfeita. Somos já o suficientemente crescidos para sermos considerados adultos e, no entanto, ainda demasiado jovens para sermos já considerados gente séria. Estamos portanto no limite, e meus amigos, no limite é que se está bem. Não estamos nem de um lado, nem do outro. Possuímos toda a experiência e liberdade que acumulámos até agora, e, ao mesmo tempo, mantemos toda a irreverência e todo o imaculado espírito crítico. Ainda não amolecemos.


Temos agora que pensar nisto. Aproveitar todas as chances que vão surgir pois é agora que tudo se decide. Vamos conhecer o máximo, descobrir o máximo, pois só agora é que o podemos fazer. Em breve seremos velhos, chatos e sábios. Vamos ver toda a problemática nas relações adultas, e pior, vamos compreende-la, vamos vivê-la. È a inevitável ordem das coisas. Não é mau nem bom. Agora somos jovens e podemos ainda darmo-nos ao luxo de ser relativamente irresponsáveis. Vamos aproveitar o que temos, mais importante, vamos fazer por isso. Mas por mais que não seja, já podemos ir aos States e apanhar uma das boas.




Twenty-one is a Fibonacci number, a Harshad number, a Motzkin number, a triangular number and an octagonal number, as well as a composite number, its proper divisors being 1, 3 and 7.

21 is the fifth discrete bi-prime and the second in the (3.q) family. With 22 it forms the second discrete bi-prime pair. As it is a semiprime with both its prime factors being Gaussian primes, 21 is then a Blum integer.

21 has an aliquot sum of 11 though it is the second composite number found in the 11-aliquot tree with. 18 is the first such member as well having as 21 as its aliquot sum 21 is the first number to be the aliquot sum of three numbers 18, 51, 91.

21 appears in the Padovan sequence, preceded by the terms 9, 12, 16 (it is the sum of the first two of these).

The sum of divisors for the integers 1 through 5 is 21.

21 is a repdigit in base 4 (111).

21 is the smallest number of differently sized squares needed to square the square.[1]

Monday, April 28, 2008

Parabéns

28 - Parabéns Pai
29 - Parabéns Txico
30 - Parabéns Pra mim

hihi, só gente fina. Estou uma confusão de pessoa. O tempo está como nunca esteve, uma delicia. Vou tentar fazer um post decente amanha ou assim. Beijos

Thursday, April 24, 2008

The Shins - New Slang



Não sei porquê, colei completamente nesta musica. Foi logo à primeira vez, como raramente me acontece. Decidi partilhar apesar de saber que não era a melhor escolha para este blog. Enfim, eu não mudo! Esperem um bocado até fazer o load e ouçam.


Gold teeth and a curse for this town were all in my mouth.
Only, i don't know how they got out, dear.

Turn me back into the pet that i was when we met.
I was happier then with no mind-set.

Wednesday, April 23, 2008

De mordes.


És. T-ranho. Com-fuso, cem REGrAS.

Bar-alho primeiro. Co-zinho de, pois se-bola. Chu! tamos ent-ÃO! Já ladra mas ag, hora esta q’já narrou-ba. Um livro deus me Livre de ti!ntas estragadas que su-jam a su-spensa su-sana. Su-rrrrrreal. Su-per(x2)-vertido que sou. S.U!Soviet Union está em T U D O. Comunistas e comonistestá também a verdevermelhaverdade.

Que não percebes? Tenho eu que escrever direito? Percebes não? Que direito tenho eu de escrever? Bar-alho. Com-fuso. Bar-fuso com-alho? Ordem a trocar só é. Eu sou o ini do meu amigo. Eu. E-u? Mas eu quem? Ri-te por que não és ninguém! PÁRA!


Se, ninguém não, é ninguém, como poder-ás tu, ainda não ser o que já não é? Negas a negação? Eu não. Não. Nunca negaria que neguei mas negar te ia se pu de se. Pre ciso de café. Cá não tenho fé e bebo na mesma. Des,faço,re,faço e, no fim. Não,faço. Lê isto outra vez. Lê isto outra vez. Vês?


De dia digo disparates desmedidos, na noite normalmente não navego nestes pensamentos parasitas para pessoas portuguesas que quando querem quase quebram monólogos momentaneamente marados marcando assim argumentos altamente alucinados até ao fantástico final freneticamente fermentado. Tive tempo, também talvez trabalho. termina esgotado este escrito, excessivamente extenso e exponencialmente elaborado. Entretanto encontrei espaço, e com calma, cada centímetro conseguiu perfeitamente preencher-se por palavras.

O titulo, a Ana grama!

Monday, April 21, 2008

madeinflorence 1987

porque é que este blog tem este nome parvo e nada original? a explicação é simples. 1987 é o ano em que eu nasci, é também o ano em que o erasmus foi fundado. Logo, made in florence, 1987, faz referência a tudo o que este blog supostamente deveria retratar.

bipolar



Existem pessoas estúpidas.

É uma das coisas que mais me fascina; a estupidez pura e desmedida. A parvoíce natural que se torna quase um talento. A capacidade única de só dizer merda. Estas pessoas são louváveis e têm de facto uma função, a de exacerbar a nossa sanidade. Mostram-nos o quão melhor somos. Eu, que nem gosto de elitismos ou posições radicais (brincadeira!... é claro que gosto!) depois de ter que viver com um bicho destes meses a fio, tomei claramente o gosto a esta espécie. Só é chato um tipo ter que continuar a ver estes bichos a espalhar a sua magia. Ontem, de facto, pensei como seria deveras fish, ter um botão delete escondido no bolso, que, como por magia, apagasse automaticamente este inútil ser, como se este não passasse de um conjunto de pixeis aleatoriamente organizados.

Não pediria agora desculpa pela agressividade, no máximo, pela sinceridade. É isto que nos falta um bocado. As hipocrisias já me cansam.

Está tudo óptimo por florença. A chuva é que continua. Esteve cá o meu grande buddy Nuno Ghibbelina e foi óptimo. Grandes jantaradas e bebedeiras memoráveis, nas quais, o whisky nunca falhou. A saudade já apertava também. Retornei à faculdade e estou decidido a empenhar-me forte no estudo. Gostava de ter nota máxima a todas as cadeiras neste segundo semestre. As sessões de diabolo continuam e estamos cada vez melhores. Guitarradas também acompanham aqueles dias mais quentes que sempre vão espreitando em Santa Croce. Tenho andado pensativo mas feliz. As coisas correm-me bem e sou um tipo com a sua dose de sorte. Estou é cheio de fome e a considerar seriamente, enfardar à séria.

Wednesday, April 16, 2008

Blue Velvet



Dorothy Vallens: I looked for you in my closet tonight.

It's a strange world.



Sem duvida, um mestre. A arte do pormenor, como só ele sabe.

Tuesday, April 15, 2008

Updates

Não ando com muita paciência para escrever, por isso, não escrevo. Ando viciado nos filmes do Bergman, vi ontem o Persona e achei genial. Fui ver Gogol Bordello e foi um espectáculo. Dos melhores concertos que já vi. O tempo anda muito merdoso, sempre frio e chuva, isto é a única coisa que falha. Os batidos continuam e já pus a casa toda nisto. Hoje mal acordei já tinha o Timo a preparar um. O txico regressou e eu estou mais contente. Ontem tivemos uma noite caseira com absinto puro. Foi tão engraçado. Tenho pensado nos meus amigos de Portugal, já me dão saudades.

Friday, April 11, 2008

Joy Division - Transmission


Radio, live transmission.
Radio, live transmission.

Listen to the silence, let it ring on.
Eyes, dark grey lenses frightened of the sun.
We would have a fine time living in the night,
Left to blind destruction,
Waiting for our sight.

And we would go on as though nothing was wrong.
And hide from these days we remained all alone.
Staying in the same place, just staying out the time.
Touching from a distance,
Further all the time.


Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio.
Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio.
Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio.
Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio.

Well I could call out when the going gets tough.
The things that we've learnt are no longer enough.

No language, just sound, that's all we need know, to synchronise
love to the beat of the show.

And we could dance.

Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio.
Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio.
Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio.
Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio.


Andrade, claramente para ti.

Wednesday, April 9, 2008

Scratching

Take all that you can.
No honour i see left in men.
Scratch this street
And do it shameless.
Do it in your own bare feet.
As youth on it's rampage
We'd scratch it now with our teeth.
But instead we smile and we greet.
We lay, we sit.
Passive actors to an endless rehearsal
We do as it was done before.
If shame was our burden,
It is now our core.
Yet to this we don't cry.
Of this, we want more.
And as time passes through
We become wasters,
Wasting ourselves too.
So i'll keep this void in my head.
Knowing that,
If i had the time and will,
I would probably still,
Scratch my back's instead.



Escrevi mais uma vez na aula de ingles. Motivado pelo Fight Club, Allan Poe e a ironia maravilhosa do Larkin. Soube-me bem voltar a escrever em ingles, mas notam-se também claramente as dificuldades. No entanto, estou satisfeito.

Tuesday, April 8, 2008

The things you own



The things you own end up owning you.

Monday, April 7, 2008

A professora de Ingles

De lábios pintados retocou, ainda de vermelho. Toda ela se apresenta sobre um denso azul. Lembra-me o céu de uma fria manhã de verão. Partindo dos quadrados do formal casaco de segunda-feira, este azul pinta-lhe também os olhos, enriquece-lhe depois as orelhas e ornamenta, por fim, os expressivos dedos. A escolha foi certamente demorada. A base e os infinitos cremes tentam, mas já nem ela esconde a idade. Pesam-lhe os traços vincados que, aos poucos e poucos, já descaiem e contornam. Deve ter sido bonita. O cabelo é de um amarelo artificial que brilha incessantemente. Tem forma de uma alface que, perfeitamente encaixada, não se move nem um pouco. Os dentes estão estragados e muito puxados para a frente. Rasgam-lhe um sorriso divertido, infantil. As suas expressões revelam mais do que aquilo que pensa. É um pouco teatral. Quando ninguém repara esboça um olhar triste e perdido. Vejo que necessita da atenção e, no seu desejo de se sentir profissional, julga-se metódica e muito carismática. Possui a segurança da experiência mas nela, a insegurança da idade. Os alunos não gostam nada dela. Eu confesso, achei-lhe uma certa piada.

Saturday, April 5, 2008

banksy



Sem dúvida que a genialidade aparece sobre variadas (e inesperadas) formas. Esta é uma das que mais me fascina. Viva o já raro espírito critico, que sobressai tanto pela qualidade como que pela originalidade. Ainda bem que, de tempo a tempo, aparece alguém completamente fora de tudo, com a capacidade única de nos mostrar a mesma coisa, apenas vista agora de outra perspectiva. Alguém que nos renova e refresca um pouco. Eu fiquei fascinado com a obra do banksy. Nunca vi nada dentro deste género que se comparasse minimamente em talento, atitude ou postura. Recomendo vivamente que vejam o site, penso que cinco minutos bastam para serem surpreendidos. E sim, isto é um blog sobre erasmus. Mas como é meu eu posso até escrever sobre as batatas fritas do mac donalds que comi hoje. Estavam bem boas por sinal. O colesterol agradece.

http://www.banksy.co.uk/
http://en.wikipedia.org/wiki/Banksy

Thursday, April 3, 2008

Tempo de análise - Part I

Passados posts e posts de tremenda inutilidade, cá vem mais um. Desta vez, no entanto, vou tentar descrever algo que poderá ser verdadeiramente interessante. Vou-vos falar desta espécie estranha. Deste bicho-do-mato de rudimentares costumes. Vou falar-vos dos Italianos. Não dando por ela já cá estou há meio ano. Notei neste tempo inúmeras coisas mesmo estranhas e engraçadas sobre este povo tão enormemente divertido.


Vou começar por um dos meus temas favoritos. A televisão (ou “ti – vu” como eles dizem). Eu sinceramente pensava que não era possível encontrar televisão mais baixa do que a nossa. Recheados de floribelas e morangos com açúcar; eu julgava-nos no mais fundo dos poços. Até que vim para Erasmus. Os programas deles são absolutamente ridículos. Vocês não conseguem imaginar. O cenário é, todo ele, bizarro. Um pivot italiano de metro e meio, meio velhote, muito feio. Uma super modelo de dois metros que fala muito mal italiano, com um senhor(!) decote. Imaginem agora, estas duas figuras juntas num plano americano. Esta é a descrição de um dos programas, mas o que se passa é de facto generalizado. Os tipos que apresentam têm sempre o mesmo ar. Uns velhotes rebarbados ao lado de, sem exagero, trinta super modelos. Todas com uns vestidos que prestam homenagem os bons tempos do luxuoso canal 18. Basicamente elas passam por provas que desafiam a sua enorme capacidade intelectual. Sejam estas cair em piscinas ficando encharcadas e quase sem roupa ou apenas dizer merda da grossa. Eles só se riem e gozam. A melhor parte é que isto se passa tudo durante “aquele de ouro, aquele que luz”, o prime time. Ou seja, estamos a jantar, e connosco, todos os piccolo bambinos italianos, a ver miúdas todas despidas a cair e a dizerem disparates enquanto um bando de velhotes se ri.


A televisão italiana é basicamente conseguída através do massacre de terceiros. Apreciem bem o sadismo deste programa: Stranamore. Este vi apenas há poucos dias. É delicioso. Parece, pelo que me disseram as minhas companheiras de casa, que é um clássico em Itália. Neste programa, qualquer individuo que esteja de coração partido, encontra aqui a chance de se re-declarar à sua ex-namorada, tentando assim, a reconquista. É gravada uma mensagem vídeo que é exibida à ex-parceira. Depois, o individuo ou individua, já em estudio, espera pela abertura de uma porta. Aqui encontramos o climax da coisa. Se estiver lá a ex-parceira é porque ela aceitou as desculpas e quer recomeçar. É óbvio que isto nunca acontece. O tipo fica sempre agarrado e com um ar ainda mais desesperado. No entanto isto não acaba aqui. Então o pobre sujeito, já humilhado em publico, ainda tem a chance de falar com a senhora em causa, tudo isto por vídeo conferência. Vídeo este que acaba sempre em discussão, com o pobre sujeito, rebaixadíssimo e espezinhado, a chorar ou a entrar em depressão aguda; após ter ouvido tudo o que de doce foi dito. É claro que isto é a maior risota. Temos portanto televisão DA BOA! Tendo em conta que esta é a programação das nove horas, e que depois disto não se pode ver um filme ou série sem que esteja dobrado, os nossos serões tornaram-se, no mínimo, muito cómicos.

Não percam os próximos posts, porque nós, também não!

Wednesday, April 2, 2008

Tons




Andas bonita andas!
Se carregarem na imagem ela aumenta, já viram como é fish isto da internet?

Monday, March 31, 2008

movimentos cíclicos



O sol está como nunca. Os dias passam mas, desta vez, no telhado da Luise. Hoje éramos sete. Nós sem t-shirt elas de Bikini. Continuam as minhas loucas sessões de cinema, assim como as de diabolo (ver foto). Nightmare before christmas, Elephant man, Eyes wide shut(again), Full metal jacket, Manhattan, There will be blood, etc. Começou a minha nova panca por batidos. Ontem foi bem espesso e de morango. Voltaram os meus colegas de casa, e com eles, uma nova vida na nossa casa. Recomeçaram as sessões de guitarra a alto e bom som. Voltou muito do que pensava já ter passado. Tudo volta eventualmente, mesmo que esteja, ou não, agora modificado. Voltou também a universidade, mas já nem essa custa. Voltaram as horas de socialização nas praças mais alternativas. Hoje foi em St. Ambroggio. Muito me preenche. Nada me cansa. Tudo me estimula.

Ao fim de semana é quase impossível para mim vir à net. Durante a semana contem com mais uns posts.

Musica do dia: Fatboy Slim - Brimful of Asha (Cornershop) Remix

Wednesday, March 26, 2008

They fuck you up

Esta é dedicadíssima. Ironia das ironias, foi o meu pai (a quem dedico), que me mostrou este poema. E isto diz tudo sobre a nossa relação. Não o poema, mas a acção. Percebam primeiro isso. Confuso? Como sempre. No entanto, e por outro lado, o poema esclarece.


They fuck you up, your mom and dad
They may not mean to, but they do.
They fill you with the faults they had
And add some extra, just for you.

But they were fucked up in their turn
By fools in old-stylen hats and coats,
Who half the time were soppy-stern
And half at one another's throats.

Man hands on misery to man
It deepens like a coastal shelf.
Get out as early as you can
And don't have any kids yourself.


- Philip Larkin (1922-1985)

Tuesday, March 25, 2008

Sabres de Luz



Pois é, minha boa gente. Tive durante alguns dias ausente, mas, como sempre, existe um bom motivo. O meu pai chegou sexta-feira a Florença e, se antes já quase não vinha à Internet, esta semana vim ainda menos. Estou sozinho em casa por uma semana visto que os meus novos amiguinhos voltaram láprá' terra deles para passar a bela da páscoa. Fiz as jantaradas do costume, vi muitos filmes, ouvi muita música e viajei (a foto foi tirada em Siena). Arranjei mais o meu quarto e agora ele está realmente um espectáculo. Nunca tive tanto gosto ao estar em casa, e muito menos tive antes, tanto gosto em decorar o meu quarto (QUE PUSSY). Agora estou na biblioteca enquanto o txico está a estudar. Está um velhote à minha frente a ver um filme do Star Wars. Estou portanto, a escrever um mail ao som de uma (muito audível) luta de sabres de luz (acho que o velhote vai ficar surdo com o volume dos fones). Não sei porque vos contei isto, mas acreditem que está um cenário bastante bizarro. O velhote tem mesmo aquele ar de quem se vai levantar no final do filme, lançar um grito de guerra alemão e, docilmente, esfaquear-me o peito vezes sem conta com a sua faca Japonesa de cozinha (que lhe custou 270 euros) que está escondida no bolso de trás das já muito usadas calças de ganga. O que ele não sabe é que eu vou pisgar-me mesmo antes do filme acabar.

Sem duvida que esta cidade tem um efeito mágico sobre as pessoas. (Gostaram da passagem hmm hmmm?) Não há ninguém que não tenha adorado estar aqui. Mas é mais que isso. Quem cá está, sente-se realmente feliz e bem disposto. Eu vejo claramente isso. Poderá ser por escaparem um bocado à rotina, por esta cidade ser muito bonita, por esbanjarem dinheiro que nem uns animais. No entanto, eu acredito que é mais que isso. Esta cidade tem qualquer coisa. Qualquer coisa que mal se vê, quase não se ouve e raramente se cheira. Algo que só vemos quando já passou. Absorvermos tudo de maneira ininterrupta, insaciável, e sobretudo, inconsciente. Agora vou mas é sair antes que este velho louco me salte em cima.


Musica do dia: Belle & Sebastian - Piazza, New York Catcher

Thursday, March 20, 2008

Telhado


Os bons tempos continuam. Agora os meus dias são mais ou menos isto: Almoço e sessão de diabolo em santa croce a apanhar sol, sessão cinematográfica ou ginásio, fazer jantar para o pessoal e depois sair. Ontem foi mais ou menos isto. Depois de Sta. Croce, fui tomar um café com a Luise. Depois fomos até minha casa e ela, como sempre, decidiu aventurar-se pela casa. Subiu ao sótão e num pulo, arranjou o escadote, saiu pela janela e foi para o telhado. Claro que eu tive que ir. Apesar de isto ser um blog, eu tento ser minimamente sincero. Fui cheio de medo e ela, a chorar de tanto rir (e a fazer os possíveis para eu ficar com cada vez mais medo). Lá cheguei ao telhado. Aquilo é inclinado como tudo e uma queda dali… acreditem que não deve ser das coisas mais agradáveis. Mas a vista, meus amigos! Que vista incrível. Ficámos lá a apanhar sol. Já a noite tinha chegado e nós ainda lá estávamos. Chegou outro amigo nosso e, com ele, o francês que mora comigo. Os tons de roxo já assombravam toda a cidade. Nós, bem cá em cima, contemplávamos. Fumámos e riamos os quatro. Uma alemã, um bósnio, um francês e um português ficavam momentaneamente em silêncio enquanto olhavam e pensavam, cada um para si, provavelmente o mesmo. Num simples telhado de um velho prédio, em Florença. Decidimos ir comer. A Luise fez a melhor das pastas que alguma vez comi, apenas com cogumelos. Não estou a exagerar. Vinho, velas e boa musica. Há alturas em que simplesmente, não dá para estar melhor.


Musica do dia: Pixies - Debaser

Wednesday, March 19, 2008

Boas Novas



escrevo sem acentos porque estou no pc da biblioteca.

Nao sabia, mas graças ao one and only, gigante entre os enormes, Mr. entre os senhores, Joao Vasco Lopes, ja podem comentar sem se registarem. Ou seja, ja podem insultar, destruir, denegrir, mandar a baixo, etc, com toda a vontade e deleito, usando nomes anonimos e coisas do genero. Eu tenho é um tracer (sitemeter.com) que me diz onde voces moram e todos os dados da vossa ligaçao. Depois quando voltar a Portugal corto-vos a cabeça ou desfaço-vos em pedacinhos usando ainda, o que resta dos vossos inactivos miolos para uma bela, e suculenta, omelette du fromage.

Tuesday, March 18, 2008

Ciao!

Mas se há coisa que não percebo, é isto.


Uns dão três, uns dão dois, uns apenas um. Outros até, não dão nenhum. É sempre variável e parece não haver regra. Ou então, se houver, existem pelo menos, muitas excepções. Agora é a altura que vocês perguntam, mas de que é que este gajo está a falar?

Dos beijos, meus amigos, dos beijos. Quando se conhece alguém aqui é sempre muito estranho. Nunca sei o que fazer. Se aproximo a cara, corro o risco de a rapariga me estender a mão, afastando-se (sem tentar minimamente disfarçar) com um ar muito insultado. Não poupam no embaraço. Se estendo o braço para cumprimentar, fazem-me um olhar frio como quem diz “quem é que este tipo pensa que é?!”. Se vou a dar dois beijos, existem sempre aquelas idiotas que dão três (mas porquê três?!) ou então os que se acham finos e só dão um. Eu sou sempre um palhaço e nunca deixo que façam pouco de mim (continuam a fazer), então, se me dão só um beijo eu digo, non! Due! E dou dois forçadíssimos. Resta referir que, durante as próximas seis horas, a rapariga passa a manter um perímetro de segurança mínimo de dez metros. Depois há ainda a cereja no topo do bolo. Os meus amigos italianos. Esta espécie rara, julga que lá por sermos bons amigos, podem já passar o limite máximo (e inviolável) da masculinidade. Assustado será no mínimo, o termo mais suave para descrever a minha expressão, quando, após estender a mão para o típico e saudável aperto de mão, o tipo aprochega-se e dá-me dois beijos.

Enfim, acho que vou passar a acenar.

Sunday, March 16, 2008

Papilas Gustativas

Voltei para Florença com um objectivo principal, o de conhecer mais gente. Não queria habituar-me às coisas que já conhecia e continuar a dar-me só com as mesmas pessoas. É necessário um esforço para inverter a tendência natural das coisas. Até agora acho que não poderia estar a correr melhor. Ontem devo ter tido um dos meus melhores dias aqui. Apetecia-me escrever algo sensato, memorável, mas não estou minimamente para aí virado.


Posso, e vou, dizer-vos que estou a comer um belo de um cheesecake, com pequenos morangos minuciosamente cortados no topo. Ao lado da imponente fatia (mesmo!), está um denso suco de frutos silvestres. Misturados, todos estes elementos, provocam o derradeiro deleito do paladar. Enquanto o sabor macio e suculento da massa, que se apresenta uniforme com a bolacha da base, mostra todo o seu potencial; os morangos, por sua vez, dão o essencial toque, refrescante e natural. Toque este que acaba com toda e qualquer (remota) possibilidade de este bolo se tornar, eventualmente, enjoativo. Depois de vos ter contextualizado, resta referir o último, mas não menos importante, facto relevante. Quando ingerido, este bolo não é mastigado de maneira rude, bruta, ou até castiça. Este bolo, pelo contrário, é simplesmente dissolvido. Imediatamente estimuladas, as papilas gustativas (sejam elas filiformes ou circunvaladas) passam imediatamente uma mensagem inequívoca ao cérebro: “Que maravilha”.

Friday, March 14, 2008

Mudança


O sol voltou, e com ele, as praças transbordam novamente. Florença, amarelecida, acolhe todo e qualquer estranho. Continuam as filas quase militares de turistas chineses e as pitas americanas de dezassete anos que se metem connosco enquanto fazemos diabolo. Voltaram as noites memoráveis. Continuam as histórias que me parecem intermináveis, inesgotáveis. Não poderia estar melhor na casa nova. Fomos às compras ao IKEA. Também não posso explicar o quanto aquilo me fascinou, embora gostasse de o fazer (prefiro no entanto não vos massacrar ainda mais com as minhas teorias). Adoro os meus novos companheiros de casa. O francês é desarrumado, toca muito bem guitarra, fuma, é muito calmo e sereno. Isso vê-se especialmente na sua engraçada maneira de falar. Hoje deixou um pequeno caderno aberto no chão. Estava escrito a lápis e com uma caligrafia descuidada, com aquilo que me pareceu ser o início de um poema. Achei bastante bonito apesar de não o compreender. Há tanto por descobrir. Ainda bem que mudei.

Wednesday, March 12, 2008

Erasmus - Part I




Antes de iniciar este blog devo avisar que, este deve, e poderá bem ser, de difícil leitura. Não só pela falta de arte e engenho do autor, mas também por ele próprio retratar um tema que é por si só, confuso, estranho e indefinível.




Parto novamente de Lisboa. No entanto, hoje ela está mais cinzenta, mais fria. Mais triste do que nunca. Parto sem o sabor amargo de uma despedida. Parto como quem vai, e não volta.

Passou meio ano desde que comecei o meu erasmus em Florença. Inicialmente iria ficar meio semestre mas acabei por ficar um ano. Aqui começa a segunda parte do meu Erasmus. Mesmo que quisesse contar todas as histórias do primeiro semestre isso seria impossível. Faço então um resumo do que para mim foi, e tem sido, o erasmus até agora.


Nunca gostei das pessoas que dizem que para compreender uma determinada coisa temos que passar por ela. Não acho que sejamos assim tão [LIMITADOS]. No entanto, sou levado a reconhecer que com o Erasmus (como me tinham dito), a coisa funciona um pouco assim. Cheguei precisamente a 15 de Setembro. Todo eu era vontade, ingenuidade e especialmente, muita inexperiência. Sempre fui aquele puto mimado que nunca mexeu uma palha, nunca descascou uma cebola e nunca tratou de nada sozinho. Rapidamente percebi que, ou mudava, ou o meu Erasmus seria no mínimo uma grande catástrofe. Felizmente e após algum esforço, fui fazendo um pouco pela vida.

Demorei um pouco no início mas rapidamente criei hábitos. Comecei a lidar com a adversidade e tomei um gosto especial na aprendizagem. Tive problemas de todo o tipo: - Casa num c@0$, senhoria que nos tentava roubar a todo o custo, problemas nas equivalências da faculdade, péssima gestão do dinheiro, inexperiência doméstica aguda (só lavei a minha roupa depois de um mês, quando já não tinha qualquer peça de roupa disponível), chatices com uma das raparigas com quem morava, sofrida paixão por uma super modelo, perda do B.I. A lista podia continuar até ao fim dos meus dias. Para ajudar à festa, tudo isto aconteceu na primeira semana. O choque que se abate sobre nós é inacreditável e na altura, apesar de completamente previsível ele é também, completamente inesperado. É irónico quando vejo que na altura me julgava preparadíssimo para o Erasmus.


Os meses passaram a correr e as coisas foram melhorando (será que sim?). Fazia um esforço por conhecer pessoas novas e, se fossem do sexo feminino, melhor ainda. Setembro passou sem eu dar por ele. Outubro, Novembro e princípios de Dezembro seguíram-se como os meses de maior festa. Festa diária, alimentada pelo habitual e famoso combustível (whisky cola ou vodka limão), que chegou a fazer-me passar duas semanas sem ver a luz do dia (depois do meu primeiro exame dia 28 de Novembro, no qual tive 28 em 30 e senti uma exagerada necessidade de celebrar).


Nunca fui aquele rapaz que ia muito às aulas. No entanto, estudei sempre (e bem!) para todos os meus exames. Consegui um aproveitamento bastante positivo, melhorei bastante na língua e fui, aos poucos e poucos, muito lentamente, alcançando um maior equilíbrio entre uma vida pouco saudável e uma vida minimamente sana. Descobri novas pessoas, novos pratos de cozinha, novas raparigas, novos amigos, novos sítios. Descobri um pouco mais de mim próprio. Apaixonei-me por Florença e senti que estava a viver mais, senti-me renovado, senti-me como nunca. Senti-me simplesmente feliz.


Não caiam no erro de pensar que eu sou agora um miserável infeliz que rasteja por entre as mais ínfimas ruas da amargura fazendo da lama o seu cálice mais sagrado. Nada disso. Lembrem-se que estamos só em retrospectiva.

Voltei em Dezembro. Foi espectacular. Tive com todos os meus amigos e entre nós, foi como se o tempo não tivesse passado. Após grande conversa com os meus pais, acabou por ficar decidido que ficaria um ano. Mais uma vez, os meus maravilhosos pais cederam e confiaram em mim, apesar de não terem especial razão para o fazer. Desta vez provei que tinha razão e, quando voltei, fiz as minhas três ultimas cadeiras nas quais tive 30/30 e nas outras 28/30. Dois dos meus grandes amigos visitaram-me e foi como reviver um pouco de Lisboa. O primeiro semestre acabava. Alguns dos meus melhores amigos iam-se embora e com eles, um pouco de mim. Novamente quando não esperava, desabaram sobre mim mil problemas. Senti-me completamente desmotivado e deprimido. Passados dois dias e depois de algum esforço, tinha praticamente resolvido tudo o que, apenas dois dias antes, me parecera impossível de ultrapassar.


Voltei, um pouco cansado, a Portugal. Encontrei, ao contrário de quando voltei no Natal, uma Lisboa mais cinzenta. Durante esta semana identifiquei-me menos com os meus amigos (salvo raras excepções). Reparei que aqui tudo continuava igual e que as pessoas dedicavam a maior parte do seu tempo a questões que, a meu ver, não tinham realmente importância ou valor. Senti falta das jantaradas sem grandes formalidades e custou-me ouvir o tradicional “almoçaste hoje? Não chegues tarde”. Senti-me preso, mais cansado e senti que aqui, dava menos de mim. Estou neste momento no comboio para o porto, onde vou apanhar o avião para Florença. Sem saber bem porquê, decidi agora escrever. Finalmente consegui, após inúmeras tentativas e alguns meses de inactividade total.


Parto, tal como da primeira vez, cheio de vontade e com mais alguma experiência. Tento no entanto, não cair novamente no erro de pensar que vou preparado. Sei que não vou. E, sinceramente, espero não ir. Espero aprender mais, ser surpreendido e passar maus bocados. Espero também ser forte o suficiente para os conseguir superar. Espero pelas longas noites com os meus novos velhos amigos. Vou feliz e aberto para tudo o que vier, vou expectante e descansado. Erasmus, part II,

venha ele!